Fundação Gregório de Mattos apresenta
Exposição a céu aberto
Cosme e Damião sob novos olhares
Campo Grande - Salvador - Ba
Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade
e nos dentes postos sobre a mesa
como um escapulário tua lascívia eu pressinto.
Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso.
Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores
como se não fossem cobertos pela escuridão.
Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim
e a captura de insetos do inferno em teus cabelos.
Em inquietude, me preparo para a dor.
Nelson Magalhães Filho
e nos dentes postos sobre a mesa
como um escapulário tua lascívia eu pressinto.
Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso.
Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores
como se não fossem cobertos pela escuridão.
Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim
e a captura de insetos do inferno em teus cabelos.
Em inquietude, me preparo para a dor.
Nelson Magalhães Filho
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos
do mundo."
( Fernando Pessoa: Tabacaria)
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos
do mundo."
( Fernando Pessoa: Tabacaria)
Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acretido na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro.
Nelson Magalhães Filho
Nelson Magalhães Filho
sábado, outubro 04, 2008
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11 comentários:
até tu nelson?! artistas baianos sejamos criativos e criemos arte urbana ao invés de publicidade mal feita!!
ap
Buenas, o velho Cosminho nas praças da capital de maior sincretismo(como dizem;tolerância) religioso do país,na sua visão.É proibido andar de bicicleta, abraço.
buenas nf, quero ver o quadro de perto.
vou te visitar na quarta-feira.
abs
Grande Nelson.
Abraço.
Obrigado, Nelson.
Bacana aqui também.
Abraço.
Bacana, Nelson. Parabéns!
Abraços,
Renata
eh, que bacana, Nelson, parabéns :o)
beijos
MM.
>>> tem um amigo meu batalhando espaço e apoio [$$$$] para me levar para uma apresentação aí em Salvador, acha que pode ajudar com algo?
>>> boa semana
interessante a reação do leitor anônimo, né, nelson? é importante mesmo pensar qual o lugar da arte no espaço público das cidades, e qual o lugar da publicidade, qual o tamanho do espaço dado a essas duas coisas, e em qual proporção. mas acho que isso não deve fazer nenhum artista desperdiçar a oportunidade de mostrar sua obra, seja onde for. quando eu passar lá no campo grande vou ver sua exposição. valeu
Ôi Katherine, concordo com você. Obrigado pelo comentário. Grande abraço.
Caro Nelson, muito bem meu caro , a arte, onde quer que esteja, é arte.E viva a você , que faz esta marravilhosa arte que é apintura.
..já que o anônimo diz "sejamos" e "criemos", se põe como artista. De merda, porque se imcomoda com a arte de outro sendo mostrada. Eu adoraria ver MEUS anjos baldios que tenho em casa botando baba na boca alheia!
Viva Nelson!!!
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