Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade
e nos dentes postos sobre a mesa
como um escapulário tua lascívia eu pressinto.
Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso.
Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores
como se não fossem cobertos pela escuridão.
Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim
e a captura de insetos do inferno em teus cabelos.
Em inquietude, me preparo para a dor.

Nelson Magalhães Filho


"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos

do mundo."
( Fernando Pessoa: Tabacaria)




Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acretido na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro.
Nelson Magalhães Filho

domingo, setembro 27, 2009

Foto: Nelson Magalhães Filho

“Nascemos com certo fogo e devemos viver com ele, alimentá-lo, produzir e estar agradecidos”
(Patti Smith)

matança de porcos
sem nenhuma dúvida presságios
o desalento de um regresso (gelo não
existá nenhum) brecha de sol
dissipa a fumaça preta do animal imolado no
fundo do quarto (centelhas pavorosas
incrustadas nos ossos consequentemente revelaram
luares nocivos).

matança no limbo
o simples gotejar sangrento
no paraíso pecaminoso
na noite das nínfeas
numa cerimônia inefável,
congestionados os lábios feridos mediante
o grito animal.

vou te presentear creme de cerejas,
dissertação a respeito da frutífera-
experiência-de-alucinação
estabelecida assim
a maçã premonitória.

Nelson Magalhães Filho
ARTUR RIOS:
http://arturrios.wordpress.com/



quinta-feira, setembro 24, 2009

quarta-feira, setembro 23, 2009

sexta-feira, setembro 18, 2009




"ROCKCITAL"

Com Pastel de Miolos, Lima Trindade, Sandro Ornellas, Wladimir Cazé e Kátia Borges

Músicas: "Opressão", "Esperar sentado" e "Indústria da seca" (Pastel de Miolos)

Guitarra: Allisson Lima

Baixo: Alex Costa

Bateria: Wilson Santana

Filmado na Midialouca, Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brasil, 5 de setembro de 2009

domingo, setembro 13, 2009



Imagens: Nelson Magalhães Filho

domingo, setembro 06, 2009

a arte de beth sousa

Sem Título I, 2005 Acrílica sobre tela, 150 x 200cm

CLICA AQUI:
http://www.bethsousa.blogger.com.br/



daniel

http://danielartistaplastico.blogspot.com/





ieda oliveira

FARINHA DO MESMO SACO
http://iedaoliveiraartesvisuais.blogspot.com/

sexta-feira, setembro 04, 2009

Fim de semana na estrada: LITERATURA + ROCK em Salvador (sábado, 5/setembro) e Feira de Santana (domingo, 6/setembro)
Além de mais um “Rockcital” na Midialouca (Rio Vermelho), no próximo sábado (5 de setembro), às 18h, os escritores do Corte (Wladimir Cazé + Sandro Ornellas + Gustavo Rios + Lima Trindade) também farão uma participação especial no show do trio punk rock Pastel De Miolos que acontece no dia seguinte (domingo, 6 de setembro), no festival Setembro Rocker, a partir das 15h30, em Feira de Santana (CSU, Cidade Nova), a 100 km de Salvador. É a primeira vez que levamos para o interior da Bahia nossa fusão de fragmentos da literatura urbana de Salvador com o som enérgico e pesado da PDM.

ROCKCITAL: Corte + Pastel de Miolos às 18h Midialouca (R. Fonte do Boi, 81, Rio Vermelho, Salvador/BA, tel.: 71-3334-2077) Com: Kátia Borges + Leonardo Panço (Jason) + Pastel de Miolos + CORTE
Entrada franca