Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade e nos dentes postos sobre a mesa como um escapulário tua lascívia eu pressinto. Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso. Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores como se não fossem cobertos pela escuridão. Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim e a captura de insetos do inferno em teus cabelos. Em inquietude, me preparo para a dor.
Nelson Magalhães Filho
"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." ( Fernando Pessoa: Tabacaria)
Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acretido na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro. Nelson Magalhães Filho
sexta-feira, julho 30, 2010
ASSALTO FOTOGRÁFICO (projeto de expansão da linguagem fotográfica através da devolução (projeção) das imagens produzidas por diferentes olhares aos locais de onde foram capturadas. - participaram desse primeiro assalto os fotografos -artistas; Alex Leite, Ana Paula Pessoa, Clara Domingas, Marcela da Costa e Rachel Mascarenhas.) Interessados (a) em participar de outros assaltos entrem em contato!
APAREÇAM HOJE NA ESTAÇÃO DA CALÇADA - 18HRS!!!
sábado, julho 24, 2010
livro de poemas cachorro rabugento é lançado em Feira de Santana
Prefácio: Lima Trindade Ilustrações: Devarnier Hembadoom Coordenação editorial: Roberval Pereyr Editoração e impressão: Edson Machado Coleção Aldebarã - 6 Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira Feira de Santana - Ba - 2010
quinta-feira, julho 22, 2010
ANIVERSÁRIO DA CASA DA CULTURA GALENO D'AVELÍRIO
Ainda no dia 27 (19h) acontece a abertura da exposição As Mulheres e a Fumicultura, mostra da fotógrafa Solange Noya Reinhardt. Haverá também uma mesa redonda com Isabel Fraga (ex-sindicalista), Celizia Mendara (Engª Agrª da DANCO) e Rosana Vieira (Presidente do Coletivo de Mulheres em Luta Jacinta Passos).
Dia 28 (quarta-feira) 20h – Apresentação dos jovens das oficinas do projeto Viver com Arte
20h30 – Apresentação das sambadeiras do Samba de Roda Suerdieck
21h – Show Operárias da Arte, com Alana Sena, Cássia Maria, Geysa Coelho, Meyre Khal, Ravah Assis, Sandra Sena e Ura.
A mostra de fotografias As Mulheres e a Fumicultura, ficará aberta para visitação de 28 de julho a 27 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h e das 14 às 18h30
quarta-feira, julho 21, 2010
Jacinta Passos (1914-1973)
Jacinta Passos, Coração Militante
Lançamento na próxima terça-feira, dia 27 de julho, às 20:30 hs
Casa da Cultura Galeno d'Avelírio
Cruz das Almas - Ba
A obra traz a produção da poeta, jornalista e militante, organizada pela historiadora Janaína Amado, filha de Jacinta. Nascida em Cruz das Almas, criada na Fazenda Campo Limpo, Jacinta Passos deixou um legado fabuloso que o público terá oportunidade de conhecer integralmente por meio dessa publicação.
EROTOMANIA
Exposição de Artes Visuaisde Priscila Pimentel
Desprovida de uma narrativa linear comum aos desenhos de Histórias em Quadrinhos, este projeto apresenta cenas trabalhadas quadro a quadro e trás o “elemento perturbador” que atiça a memória e constrói a fantasia.
ArtistaPriscila Pimentel
LocalGaleria Jayme Fygura (Teatro Gamboa Nova)
Rua Gamboa de Cima, 3 – Largo dos Aflitos. Salvador-BA.
LANÇAMENTO do livro de poemas CACHORRO RABUGENTO MORTO EM NOITE CHUVOSA Prefácio: Lima Trindade Ilustrações: Devarnier Hembadoon Local: MAC -Museu de Arte Contemporânea - Feira de Santana - Ba Dia 22 de julho (quinta-feira) 2o h
Nelson Magalhães Filho. ANJOS BALDIOS 2009, acrílica s/tela, 140X200 cm
Nelson Magalhães Filho: o Blake de Cruz das Almas
Poemas selvagens: sem títulos, bulas ou domesticações. Como se, de repente, fossem as barbas do velho Whitman. Selvagens. Poemas que ecoam em outras (h)eras, outros vincos. Desdobram-se desordenados. Ou ordenam-se em camadas feito listras de felinos. E se você dormir, pimba! Eis que lhe tomam num trago. Então, desarme-se. O universo de Nelson é sem estrelas. Uma lua paira e ilumina os corpos sombrios, lânguidos e bêbados de quem satisfez o desejo. Fosse nos anos 80 e, bem ao estilo Caio F., um de seus autores prediletos, apelidariam-no dark. Ou, quem sabe, black(e). Não pelo lado escuro da Força, esclareça-se. Mais sinuosamente, eu diria. Nas sombras, escondem-se segredos, fachos de luz. O poeta tinge a palavra com sua visão/percepção de mundo. E tanto revela quanto nubla nosso olhar. É que traça linhas vindas do subconsciente. Ele, generoso, permite que a emoção suba e, tal qual um anjo, vagueie em seu voo torto, indeciso entre o céu e o inferno. Nelson é pintor, blogueiro (anjobaldio.blogspot.com) e poeta. Vem de Cruz das Almas para estabelecer sua mitologia romântica em versos brancos. É, de certo modo, nosso Blake baiano. E, se o bardo inglês fez de seu tigre a imagem de um Cristo revolto, a representação aqui será outra (“os tigres chegaram / os cascos descendo pelo peito”). Tigre, cachorro, cavalo e anjo são figuras poéticas que se metamorfoseiam constantemente para exprimir uma rebeldia nada redentora. Buscam, tal como na literatura de seu par, o instinto primário. Mas não acreditam na inocência. São céticos e conferem à Arte, por meio das inúmeras citações e intertextualidade, seu uivo de protesto. As referências são múltiplas. Sobretudo cinema, literatura, música e artes plásticas. Porém, atente, não quaisquer referências. Nelson gosta das mais baldias. Rebeldes, você me corrige. Então, junte-se Jim Jarmush com Morrisson, Radiohead com Blake, Wim Wenders com Jorge de Lima, Tom Waits com Dylan Thomas, Francis Bacon com Lou Reed, Piva com Basquiat, Nick Cave com Fassbinder... E perceba que nada é gratuito. Nem mesmo o amor. Em seu discurso de cachorro rabugento morto em noite chuvosa. Por que é isso que Nelson mais canta: o Amor. Ao redor, poucos lenitivos (“só o amor é mais amargo que seus olhos”). O perfume e o sexo embriagam. O cão não late mais, porém, seguindo a lição do mestre Leonard Cohen, permanece “deixando marcas de um amor sem cura”. O manto frio e negro nos encobre (“evoco as veias silentes / nesta noite em que encontro a morte”). O cachorro não dança (“sou de uma raça de cachorro ruim”). Está morto, mas cobra, aos notívagos, lágrimas doces. Um poema. Uma prece. Pois todos sabemos que mais dia menos dia os tigres chegarão. E não terá volta.
Lima Trindade
Mestre em Literatura pela UFBA, escritor e editor da Verbo21
Neste vídeoarte com duração de 5 min e captado em HD, são questionadas as sutis relações entre a infância e a perversidade. O artista produz uma série de imagens em movimentos, apresentando um boneco sendo maltratado por um suposto afogamento, com a intenção de provocar um sofrimento ou um sorriso irônico no espectador. O boneco, que é um objeto de afeto e recordações, está submergido numa antiga lavanderia de quintal, simbolizando um oceano misterioso ou até mesmo um útero materno desconhecido. Seus olhos são estranhos, bolhas, pétalas diáfanas e arroxeadas cobrem parte de seu rosto. O vídeo assemelha-se a uma composição pictórica, onde as cores remetem às telas do próprio artista na série dos Anjos Baldios, que segundo a professora Alejandra Hernández Muñhoz “não é uma produção ilusória premeditada, fake de imaginário fantástico destinado ao escapismo dessa nossa atualidade permeada de simulacros, mas uma arqueologia do surreal que visa re etir sobre a essência de uma humanidade desencantada”. É, portanto, um desdobramento de sua pintura. O artista então faz uma reflexão sobre a violência criando assim a sua poética do perverso-devaneio, sugerindo uma provocação ao recolocar um símbolo da infância num contexto marginal. Como diz o vídeo-artista Yang Fudong (n. 1971, China), “a violência e a morte são os lugares onde a vida começa”.
MAC comemora 14 anos com diversificada programação cultural
Para comemorar os 14 anos do Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC-Fsa), a divisão de Artes Plásticas e Literatura da Fundação Cultural Egberto Costa irá ofertar ao público feirense uma diversificada programação envolvendo artes visuais, performance e literatura em um só evento, que acontecerá no dia 22 deste mês de julho, às 20 horas.
Artes Visuais
O arquiteto, artista plástico e poeta baiano Almandrade expõe “A arte de Almandrade”; Rener Rama, artista plástico baiano, natural de Serrinha, expõe “Retrospectiva de Rener Rama”; O Grupo Úbere, formado por Tanile Maria, Leandro Ferreira, Josemar Antonio e Davi Bernardo, faz a sua primeira exposição, intitulada “Desloque-se”; Denilson (Coruja) Santana, historiador e artista plástico, natural e residente em Cruz das Almas, traz ao museu a exposição “Nicotinianas”; Estreando a coleção Rabiscos das Edições-MAC (coordenada por Maristela Ribeiro), Marcio Junqueira, poeta, desenhista e mestre em literatura brasileira, lança “Voilá mon cour”, livro de ilustrações.
Performance
O artista multimídia Vitor Venas, atualmente Mestrando em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFBA.É Integrante do Grupo de pesquisa Arte Hibrida e do Grupo X de Improvisação em Dança da UFBA.Desde 1992 tem produzido e participado de salões e eventos na área artístico-cultural. Apresentará a performance “o deserto” com utilização de raio laser.
Literatura
Voltando a ativa, a Edições-MAC lança cincos livros de literatura de uma só vez, entre poesia e ficção.
Pela coleção Flor de Mandacaru, coordenada por Telma Siqueira e Araylton Públio, o ficcionista Beldes Ramos lança “Uma Borboleta na Noite”; Dois livros de poemas, “Malabarismo das pedras” (Almandrade) e “Cachorro rabugento morto em noite chuvosa” (Nelson Magalhães Filho) com ilustrações de Devarnier Hembadoon, da coleção Aldebarã, coordenada por Roberval Pereyr, serão lançados; bem como o segundo e terceiro volumes da coleção Nova Letra, coordenada por Ederval Fernandes, dedicada a jovens escritores da cidade: “Apátridas” (Luciano Penelu) e “O beco de Tatá: crônica feirense” (João Daniel G. de Oliveira).
LOCAL: Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira, ...
"Dá-me mais vinho, porque a vida é nada." (Fernando Pessoa: Cancioneiro)
anjos sobre o recôncavo 2008
É só mais uma noite. Entre espasmos lastimosos esvaecem resíduos de tédio. Não há mais liames entre coisas submersas apenas sobras, memórias e perdas. Estamos longe, ainda solto pedaços de nervos gelados pelas estradas.
sou de uma raça de cachorro ruim desassossegado pelo sangue que brota das noites-incompletudes escorrendo em angústias esquivas sou de uma raça de cachorro mau nauseado pela lua opiada nas madrugadas latejantes de desejos lascivos bebendo peçonha tumultuando os jardins com excrementos perversos. então escancaro umaréstia lanosa de lágrima quando me queimo em tua lua segredada quando substancialmente o animal estúpido cura sua compaixão.
É artista visual formado pela Escola de Belas Artes da UFBa. Premiado várias vezes nas Bienais do Recôncavo e nos Salões Regionais de Artes Visuais (FUNCEB), em 1999 ganhou o Prêmio BRASKEM de Cultura e Arte.
Tem participado em diversas mostras individuais e coletivas em vários estados do Brasil, na Espanha (Segóvia, Barcelona, Málaga, Valladolid) e Nova York (EUA). Ganhador do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais 2009 (Funceb), Professor Substituto de Pintura I e II na EBA/UFBA (2004-2006 e 2008-2010). Graduado em Cinema e Audiovisual na UFRB (2019).
Colherei ervas com a mão esquerda na estação do inferno mesmo que o musgo das pedras coléricas possa através do anjo roubar-me a alma. Há moinhos de vento no céu aceso sombras -asas e rufos quando sussurro tu como morcego vermelho. E você vai embora bem funda da noite deixando pinturas inacabadas e na boca silente um girassol de van Gogh.
Turn Your Home Into A Urban Loft
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Turn Your Home Into A Urban LoftRoom Decorating Ideas Loft interior design
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need F...
Cidades da Bahia com mais de 100 mil habitantes
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Feira de Santana 542.476
Vitória da Conquista 295.277
Camaçari 225.510
Itabuna 202.359
Juazeiro 194.327
Ilhéus 176.917
Lauro de Freitas 154.245
Jequ...