Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade
e nos dentes postos sobre a mesa
como um escapulário tua lascívia eu pressinto.
Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso.
Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores
como se não fossem cobertos pela escuridão.
Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim
e a captura de insetos do inferno em teus cabelos.
Em inquietude, me preparo para a dor.

Nelson Magalhães Filho


"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos

do mundo."
( Fernando Pessoa: Tabacaria)




Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acretido na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro.
Nelson Magalhães Filho

sábado, abril 16, 2011

quarta-feira, abril 13, 2011

Anjos Baldios. Mista s/tela, 100x80 cm, 2009. Pintura de Nelson Magalhães Filho

miro  fugazmente um vôo rasante de abutre
e  jorrando prá cima da avenida 7 um mar de crisântemo ou
uma vaca metálica pós-noite abortada e bem longínqua: antemanhã
alagada de vodka com válium, súbito
olhos vermelhos apenas no lugar do oceano-rubro,
ceifar a alma insone
vertigem esse meu amor ravina se esvai.

Nelson Magalhães Filho


terça-feira, abril 12, 2011

segunda-feira, abril 11, 2011

Comparto con ustedes la publicación de la versión francesa de mi novela Érase una vez el amor pero tuve que matarlo (IL ETAIT UNE FOIS L' AMOUR MAIS J' AI DÛ LE TUER, Treizième Note Editions). Estaré en Francia del 27 de marzo al 3 de abril presentando el libro en París, Lyon...

Abrazos,

Efraim

Efraim Medina Reyes

Efraim Medina Reyes est colombien, il est né à Cartagena (qu’il appelle la Ville Immobile) sur la côte caraïbe,  il y a 36 ans. Son caractère atypique, voire inquiétant, se reflète dans l’activité débordante de ce bassiste et auteur de toutes les chansons du légendaire groupe «7 Torpes». Il se vante d’avoir eu dans son lit un nombre impressionnant de demoiselles enrobées, et d’avoir disputé quatorze combats de boxe sans jamais connaître la victoire. En 1995, il gagne le prix national de littérature Colcultura avec Cinema árbol y otros cuentos. Son roman, Técnicas de masturbación entre Batman y Robin,a été édité en Espagne, Italie et Allemagne en 2002. Depuis, Efraim a publié Sexualidad de la pantera rosaen 2003 et Pistoleros, putas y dementes en 2005.