tua navalha abre os segredos selvagens da noite
e te amo com a crueldade do veneno lançando golpes de mar
e acender-se-ia velas em teu corpo profundamente blue
desesperadamente possesso pousar os lábios carnudos de vermelho
como bazuca retorcendo tua mordida seca de réptil
provocando intensa narcose capaz de perturbar os malditos querubins escondidos nas entranhas dos lagartos tomando conta de mim
te amo e rasgo um por um teus bálsamos luarizados
tuas carícias despojadas de sentido
depois das horas ocas
que me importa
se a vida me estupra com suas ruas pungentes que não nos levam
a nada no fundo deste inferno
...................se eu não posso te
beijar te quero demais louca sem disfarce
a fronte emudecida ouvindo 15 invenções
a 3 vozes de bach feitiços este nosso amor
barroco
roubando-me anjo-vertigem animal-fogo
o quanto me custa para sentir passar a língua
no teu ouvido e gemer despedaça o couro
do sapato marrom nas paredes
os cartazes políticos urdindo seixos cospem na pia hirsutos-
trêmulos-de-estrela-flor-guizo voluptuosamente ai que dor,
não sei porque este raio de lua apedreja minha cara
eu não quero me trancar todo de borboleta.
Nelson Magalhães Filho
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Há 5 dias
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