Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade e nos dentes postos sobre a mesa como um escapulário tua lascívia eu pressinto. Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso. Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores como se não fossem cobertos pela escuridão. Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim e a captura de insetos do inferno em teus cabelos. Em inquietude, me preparo para a dor.
Nelson Magalhães Filho
"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." ( Fernando Pessoa: Tabacaria)
Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acretido na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro. Nelson Magalhães Filho
quinta-feira, dezembro 16, 2010
DOOLS ANGELS
Um vídeo de Nelson Magalhães Filho
Música: Bartira Sena
Duração: 5 min Neste vídeoarte são questionadas as sutis relações entre a infância e a perversidade. O artista produz uma série de imagens apresentando um boneco sendo maltratado por um suposto afogamento, com a intenção de provocar um sofrimento ou um sorriso irônico no espectador. O boneco, que é um objeto de afeto e recordações, está submergido numa antiga lavanderia de quintal, simbolizando um oceano misterioso ou até mesmo um útero materno desconhecido. Seus olhos são estranhos, bolhas, pétalas diáfanas e arroxeadas cobrem parte de seu rosto.
O artista então faz uma reflexão sobre a violência, criando assim a sua poética do perverso-devaneio, sugerindo uma provocação ao recolocar um símbolo da infância num contexto marginal.
Cruz das Almas - BA - 2010
Caro nelson parabens pelo trabalho que eu chamaria de crueldade demente. muito bom é pouco o trabalho é criativo e ainda invemntivo porque cria uma visão altamente sofisticada de crueldade com poucos elementos. isso é que é arte e muita coisa por ai apenas papo furado. acabei tendo exio em posta. oba!
Olá! Saiba que eu curto muito o seu blog! Por isso indiquei ele a uma homenagem dos melhores Blogueiros! Passe no meu blog e pegue o seu selo! Beijão! Feliz Natal!
"Dá-me mais vinho, porque a vida é nada." (Fernando Pessoa: Cancioneiro)
anjos sobre o recôncavo 2008
É só mais uma noite. Entre espasmos lastimosos esvaecem resíduos de tédio. Não há mais liames entre coisas submersas apenas sobras, memórias e perdas. Estamos longe, ainda solto pedaços de nervos gelados pelas estradas.
sou de uma raça de cachorro ruim desassossegado pelo sangue que brota das noites-incompletudes escorrendo em angústias esquivas sou de uma raça de cachorro mau nauseado pela lua opiada nas madrugadas latejantes de desejos lascivos bebendo peçonha tumultuando os jardins com excrementos perversos. então escancaro umaréstia lanosa de lágrima quando me queimo em tua lua segredada quando substancialmente o animal estúpido cura sua compaixão.
É artista visual formado pela Escola de Belas Artes da UFBa. Premiado várias vezes nas Bienais do Recôncavo e nos Salões Regionais de Artes Visuais (FUNCEB), em 1999 ganhou o Prêmio BRASKEM de Cultura e Arte.
Tem participado em diversas mostras individuais e coletivas em vários estados do Brasil, na Espanha (Segóvia, Barcelona, Málaga, Valladolid) e Nova York (EUA). Ganhador do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais 2009 (Funceb), Professor Substituto de Pintura I e II na EBA/UFBA (2004-2006 e 2008-2010). Graduado em Cinema e Audiovisual na UFRB (2019).
Colherei ervas com a mão esquerda na estação do inferno mesmo que o musgo das pedras coléricas possa através do anjo roubar-me a alma. Há moinhos de vento no céu aceso sombras -asas e rufos quando sussurro tu como morcego vermelho. E você vai embora bem funda da noite deixando pinturas inacabadas e na boca silente um girassol de van Gogh.
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Cidades da Bahia com mais de 100 mil habitantes
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Feira de Santana 542.476
Vitória da Conquista 295.277
Camaçari 225.510
Itabuna 202.359
Juazeiro 194.327
Ilhéus 176.917
Lauro de Freitas 154.245
Jequ...
3 comentários:
Belo vídeo, muito bom.
Abraço e Feliz Natal.
Caro nelson parabens pelo trabalho que eu chamaria de crueldade demente.
muito bom é pouco o trabalho é criativo e ainda invemntivo porque cria uma visão altamente sofisticada de crueldade com poucos elementos. isso é que é arte e muita coisa por ai apenas papo furado.
acabei tendo exio em posta. oba!
Olá! Saiba que eu curto muito o seu blog! Por isso indiquei ele a uma homenagem dos melhores Blogueiros! Passe no meu blog e pegue o seu selo! Beijão! Feliz Natal!
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