Nelson Magalhães Filho. Série 2004-2006, mista s/ papel, 70X50 cm.
meus dedos tremem: está
tão turvo lá fora desta casa
que as flores amarelas do jardim são afligidas
pelo mistério (ou uma espécie de sabor secreto),
enquanto esconjuro
a última lua que volta implacável
a reinar madura em meus olhos de ulha.
e aí aventurava-me só
pela fragância morna
dos obscuros girassóis à deriva
(indesejável e fascinante a partida sem dor),
conservando na lembrança
o alento dos insones.
solitude é um fado,
e cavalos selvagens me habitam nesta noite
além das estrelas insólitas com seus destroços
arremessando moréias devassas aquém de
minha insânia.
Nelson Magalhães Filho
2 comentários:
Buenas,nunca conseguiremos escapar da solidão nem tão pouco esquece-la.Precisamos sim sentir,experimentar aquilo que nos liberta da multidão e do medo de ficar só:a solitude.Concordo com seus versos.A solitude é um fado
E aí, Nelson. Gostei das fotos do seu filho. Garoto alegre! Tenho um de quase 5 anos.
Também tô aqui pensando, depois de ler esse último poema postado, em como o título do seu blog casa tão bem com seus posts, sejam poemas, telas, quadrinhos, textos, referências musicais e fotos. Parece que tudo tem um toque de angelismo noturno que me atrai.
Abraços
Sandro
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