Fica apenas o negrume da cidade
numa litania tardia
as mariposas saem afogadas
pelo vapor dos esgotos
com suas carnes melancólicas.
Fica apenas o alarido da cidade
todo amor dessa vida torna-se secreto
por entre destroços
com suas carnes melancólicas.
Fica apenas o alarido da cidade
todo amor dessa vida torna-se secreto
por entre destroços
das paixões esgarçadas
a capela vazia apenas velas.
Em tuas veias meu sangue
se encerra num acalanto,
oceano colorido por ervas perfumosas
nozes-vômicas abrasam
a capela vazia apenas velas.
Em tuas veias meu sangue
se encerra num acalanto,
oceano colorido por ervas perfumosas
nozes-vômicas abrasam
meus poemas para ti.
Estrepou-se numa estridente canção
minha lua sacrificada
Estrepou-se numa estridente canção
minha lua sacrificada
em teu ventre estrelado
a romaria pálida dos animais marinhos
seus olhos não desejam saciar.
Nelson Magalhães Filho
a romaria pálida dos animais marinhos
seus olhos não desejam saciar.
Nelson Magalhães Filho
4 comentários:
Você está pintando (ainda se usa essa palavra?) cada dia melhor.
Agora, o cigarro e a cigarrilha, não engulo não!
Carlinhos
a poesia desmancha cores em revoltadas estadias de ontem e o coração transbordante em agonia só tem uma solução: ser poeta.
senhor nelson as palvras são tintas desencontradas nos rumores rubros de nossa existencia
Nelson,o mundo ficou faltando um pedaço,aliás em todos nós também,com a perda do poeta Zeca. Poesias como esta nos ajuda aliviar,entorpecer o oco que a vida deixa em nós.
Muito obrigado pela visita e pelo comentário, caro Nelson. Fiquei muito feliz pelo elogio ter vindo de alguém que faz telas tão bonitas de se ver.
Forte abraço!
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