um sol escabroso fez lanho em minha cara
sempre cometemos desagravos - desnebriamento
após o jorro assaz no fundo do beco
eu poderia ser serviciado de flores
mas apenas açulei teu animal contra a presa
uma fome que não se farta, quase noutada
caso dissecasse a dor flertaria com as estrelas
que me lambem, a tua carne pálida
o teu sangue violento nas veias maceradas pelo desconçolo,
eu poderia te beijar com melindre mas a língua azougada
teus ouvidos volúveis seriam azucrinados pela música
da lua ofuscada pelas náuseas enquanto você corcoveava
no fundo do beco
guarnecida de asas sob a lua saturada
continuo vomitando esse laivo de tristeza
noite já amadurecida por tua língua deslumbrava
uma nódoa de amor que não se farta
e o tempo vai embrutecendo com desforço nosso gozo
crivo de beijos anauseados até me soverter
com a volta do sol com seus golpes de facas.
Nelson Magalhães Filho
5 comentários:
visceral...muito bom.
abraço.
Olá Buenas, lindo poema! uma cara esfaqueada pelo sol é demaisssssssss
bjs Lita Pássaro
putz!
senti um soco aqui no estômago.
Lindo!
beijos!
Até quando amar será esse combate?
Abraços, meu caro!
ihhhh
vc também é da Bahia... eu sou de Salvador... espero que possamos trocar conhecimentos...
também tenho um blog...
e gostei muito do seu...
bj...
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